Tensão Militar entre EUA e Venezuela no Sul do Caribe em 2023

A tensão entre Estados Unidos e Venezuela se intensificou com a chegada de uma frota de guerra americana ao sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. De acordo com uma fonte da Reuters, sete navios de guerra e um submarino nuclear já estão na região ou devem se juntar ao grupo até o início da próxima semana.

Navios de Guerra e Militares em Ação no Caribe

A operação, que tem como objetivo declarado o combate ao tráfico internacional de drogas, inclui embarcações como o USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale, transportando aproximadamente 4.500 militares, sendo 2.200 fuzileiros navais. Além disso, o Exército dos EUA está realizando voos de reconhecimento com aviões espiões P-8 na área para coletar informações. Fontes afirmam que todas as atividades estão ocorrendo em águas internacionais.

Acusações de Campanha Terrorista pela Venezuela

Em resposta, o embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Samuel Moncada, acusou os Estados Unidos de promover uma “campanha terrorista”. Durante uma reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, Moncada denunciou a operação como uma “intervenção militar” em um país soberano. “É uma operação massiva de propaganda para justificar ações cinéticas”, disse ele.

Reação da Casa Branca e a Legitimidade de Maduro

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi questionada sobre possíveis ataques à Venezuela, especialmente após a percepção de que a presença militar americana era excessiva para o combate ao tráfico de drogas. Leavitt reafirmou que Nicolás Maduro não é considerado o presidente legítimo da Venezuela e o classificou como um fugitivo da Justiça dos EUA.

O Contexto da Crise do Narcotráfico e as Recompensas por Maduro

O governo Trump atribui a responsabilidade pela entrada de drogas nos Estados Unidos à Venezuela. Contudo, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU indica que as principais drogas consumidas nos EUA não têm origem venezuelana. Recentemente, a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro foi aumentada para US$ 50 milhões, em resposta às acusações de narcoterrorismo.

Mobilização Militar da Venezuela e a Reação Regional

Em resposta ao aumento da presença militar americana, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para proteger o território nacional. “Fuzis e mísseis para a força camponesa!”, proclamou. Além disso, a Venezuela deslocou 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia, após acusações de que o narcotráfico seria uma desculpa para uma possível invasão.
Ao mesmo tempo, países como Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguem os EUA na classificação do Cartel de los Soles como organização terrorista. Trinidad e Tobago, que se encontra nas proximidades da Venezuela, também manifestou apoio à ação militar americana.
A situação continua em evolução, com a ONU sendo chamada a monitorar o que a Venezuela considera uma grave ameaça à paz e segurança regional. A escalada de ações hostis entre os dois países levanta preocupações sobre a estabilidade na América Latina.