Preocupação com onça-pintada em Bocaiúva do Sul afeta moradores

A preocupação com a possível presença de uma onça-pintada em Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, está inquietando moradores e criadores de animais locais. Embora a suspeita tenha sido levantada após o desaparecimento de um cachorro na região, as autoridades já descartaram o envolvimento do felino no incidente.

Desaparecimento de cachorro gera alarme em Bocaiúva do Sul

O alerta começou quando um cachorro de uma propriedade rural desapareceu temporariamente e retornou com ferimentos graves. “Ele voltou todo machucado e ensanguentado, com feridas que parecem ter sido causadas por mordidas de outros animais. Estamos tratando dele com curativos e antibióticos, e agora ele está se recuperando”, relatou o médico veterinário Gerson Vianna.

Instituto Água e Terra descarta ataque de onça

Após receber relatos sobre o incidente, o Instituto Água e Terra (IAT) investigou a situação e concluiu que não há evidências de que um felino tenha atacado o cachorro. Para garantir a segurança da população, o IAT anunciou que irá instalar armadilhas fotográficas na área para monitorar a fauna local.

Moradores alteram rotina por medo de encontro com a onça

A inquietação se espalhou entre os habitantes. Antonia Silva Lourenço, residente na região, decidiu mudar seu trajeto habitual para o trabalho. “Antes eu vinha a pé, mas agora estou indo de carro. Tenho medo de encontrar o animal”, confessou.

Registros de pegadas e ferimentos em animais

Claudia Masselli, criadora de cavalos, também relatou que suas éguas apresentaram ferimentos, levando-a a mudar a localização dos animais para um espaço mais seguro, próximo à sede do haras, onde há maior movimentação. Além disso, outros moradores documentaram pegadas que foram analisadas por especialistas, que não conseguiram confirmar se pertenciam a uma onça.

Fatores que levam animais silvestres a se aproximar das cidades

De acordo com Roberto Fusco, coordenador do Programa Grandes Mamíferos Serra do Mar, a perda e fragmentação de habitats naturais, junto à diminuição das presas como tatus e porcos-do-mato, são fatores que impulsionam a aproximação de animais silvestres às áreas urbanas.

Como agir ao encontrar uma onça: orientações das autoridades

Caso a população aviste um animal silvestre, é fundamental informar as autoridades competentes e, se possível, enviar fotos ou informações sobre pegadas. Os contatos disponíveis são: Instituto Água e Terra: (41) 99554-0553 e Secretaria de Meio Ambiente: (41) 3291-5137.

O delegado Guilherme Dias ressalta a gravidade da situação: “Matar um animal silvestre pode resultar em crime ambiental, com pena de 6 meses a 1 ano de detenção. Se alguém encontrar uma onça, deve notificar os órgãos ambientais, que avaliarão a necessidade de relocação do animal”, explicou.

A importância da preservação da onça-pintada

Fusco também destacou que a onça-pintada está ameaçada de extinção, e a morte de um exemplar pode causar desequilíbrios ecológicos. “Eliminar esses animais não resolve o problema e é ilegal. A perda de um indivíduo impacta o ecossistema como um todo”, alertou.

Comportamento adequado ao se deparar com uma onça

As onças normalmente evitam o contato humano, mas se alguém se deparar com uma, é essencial observar o animal. Se a onça se aproximar, recomenda-se fazer gestos amplos e gritar para afastá-la. Em caso de avistamento de filhotes, é crucial manter distância, pois a mãe pode se sentir ameaçada e atacar.

Para mais informações e orientações, consulte as notícias no g1 Paraná.