PEC da Blindagem: Tensão e Resistência na Câmara dos Deputados
Votação da PEC da Blindagem é Frustrada em Brasília por Resistência Partidária
A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, marcada para a noite de quarta-feira, 27 de agosto de 2025, na Câmara dos Deputados em Brasília, foi frustrada por um excesso de inovações e a resistência de alguns partidos do Centrão.
Proposta Inicial e Mudanças no Texto da PEC da Blindagem
O acordo inicial entre os parlamentares visava retornar ao texto original da Constituição de 1988, que exigia aprovação parlamentar para a abertura de processos contra deputados e senadores. No entanto, líderes partidários começaram a discutir a inclusão de uma nova cláusula que exigiria autorização para a abertura de investigações e um quórum mínimo para julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Tensões entre Líderes e Relator da PEC da Blindagem
A reunião que discutiu a proposta foi marcada por tensões. O relator do texto, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), chegou a expressar sua insatisfação, questionando quem seria responsável pela redação final, em meio ao silêncio dos presentes. Apesar de ter dialogado com ministros do STF sobre o texto, Andrada enfrenta críticas de líderes do Centrão, que o consideram subserviente ao judiciário.
Divisão e Resistência no Centrão
Partidos como PSD e MDB tentaram, nas últimas semanas, dissuadir os demais membros do Centrão e a cúpula da Câmara a reconsiderar a análise da proposta. Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional do MDB, manifestou sua oposição à blindagem para parlamentares em uma postagem recente, ecoando a posição de Gilberto Kassab, presidente do PSD. Ambos expressaram preocupações sobre a repercussão negativa que a proposta poderia ter sobre a imagem da Câmara e da classe política.
Maioria e Desistência na Votação da PEC
Apesar de a maioria dos líderes do PL, União Brasil, Progressistas, PSDB, Cidadania e Oposição terem se mostrado favoráveis à votação, a proposta não avançou. O líder do PL, Hugo Motta, decidiu não levar a ideia adiante, temendo não alcançar a maioria qualificada necessária para aprovar a PEC, que exige 308 votos. A proposta será reavaliada na próxima semana, mas muitos acreditam que a oportunidade para sua apreciação foi perdida.
Reações no Senado e Críticas à PEC da Blindagem
A resistência à PEC da Blindagem não se limita à Câmara. Senadores influentes, como Otto Alencar (PSD-BA) e Renan Calheiros (MDB-AL), já se manifestaram publicamente contra a proposta. Calheiros, em uma postagem, caracterizou a PEC como um retrocesso, afirmando que ela transformaria a imunidade em impunidade, criando um “habeas corpus eterno” para uma elite política.
Futuro da PEC da Blindagem e Declarações de Líderes
Procurados para comentar, Arthur Lira não se manifestou, enquanto Elmar Nascimento, atualmente na Europa, negou ter exercido qualquer pressão sobre líderes partidários, mas reiterou sua posição favorável à inclusão da autorização parlamentar para investigações no texto da PEC.
Com a situação atual, o futuro da PEC da Blindagem continua incerto, refletindo as divisões e tensões dentro do Congresso Nacional.
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