Menopausa em São Luís: Tabus e Sintomas Que Afetam a Vida das Mulheres

A menopausa é um tema que ainda gera tabus, mas vem ganhando visibilidade nas conversas cotidianas, nas redes sociais e até mesmo nas novelas. Em São Luís, cerca de 80% das mulheres enfrentam os fogachos, ondas de calor intensas que costumam aparecer durante a perimenopausa, a fase que antecede a menopausa.

A advogada Ana Maria Marques, de 49 anos, compartilha sua experiência: “É um calor que vem de dentro, sobe pelo rosto, parece que vai explodir.” Para ela, descrever os sintomas é um desafio, pois muitas vezes é difícil verbalizar a sensação.

Reconhecendo os Sinais da Transição: Não Apenas Fogachos

Além dos fogachos, Ana também enfrentou irritabilidade, dificuldade de concentração e a percepção de que seu corpo estava mudando. “Foi nessa fase que percebi: estou envelhecendo. E aceitar isso não é fácil”, admite.

Esse momento de transformação não é exclusivo das mulheres. A andropausa, que envolve a queda progressiva dos níveis de testosterona nos homens, também traz desafios significativos. Especialistas afirmam que essa fase é característica do declínio androgênico do envelhecimento masculino.

Impactos da Queda Hormonal na Vida Cotidiana

A redução na produção de hormônios afeta não apenas o corpo, mas também as emoções, relacionamentos e o desempenho profissional. Um endocrinologista consultado pela reportagem da TV Mirante compara os hormônios ao “óleo da engrenagem do nosso corpo”: “Quando ele falta, tudo começa a falhar.”

Nos homens, os sinais da andropausa incluem perda de força, redução da libido e lapsos de memória. Já nas mulheres, além dos fogachos, é comum enfrentar insônia, alterações no ciclo menstrual e impactos emocionais.

Início da Queda Hormonal: Quando Acontece?

A ciência aponta que o declínio hormonal geralmente se inicia por volta dos 40 anos nas mulheres, enquanto nos homens, acontece entre os 50 e 60 anos. Contudo, fatores como genética e hábitos de vida podem antecipar esse processo.

“A mudança pode afetar diretamente a qualidade de vida, impactando relacionamentos e a performance no trabalho”, explica o especialista consultado.

Autocuidado: A Nova Abordagem na Menopausa

Após enfrentar os desafios da perimenopausa, Ana encontrou força na maturidade para se reinventar. “O início é difícil, mas a maturidade traz resiliência. Depois que passa, percebemos que tudo é possível, basta querer se cuidar”, afirma.

Ela destaca a importância do acompanhamento médico e do autoconhecimento. “Ter uma mente forte ajuda, mas buscar tratamento e entender o que acontece com o corpo é fundamental.” A reposição hormonal, quando feita com orientação médica, é uma opção a ser considerada.

Empatia e Informação: O Caminho Para Superar Estigmas

Apesar de avanços, a menopausa e a andropausa ainda enfrentam estigmas, especialmente no ambiente de trabalho. “Precisamos entender que isso é natural. É uma fase de transição, não o fim da linha. O que menos precisamos ouvir é: ‘você tem tudo, dá conta de tudo’. Isso adoece”, desabafa Ana.

Essas transições hormonais representam um novo momento na vida que pode ser vivido de forma mais leve, com acesso à informação, apoio emocional e cuidados adequados. A empatia, aliada ao conhecimento, é essencial para enfrentar essa fase com dignidade e saúde.