Megaoperação Carbono Oculto: combate ao PCC e fraudes em combustíveis

Operação Carbono Oculto mira esquema do PCC em São Paulo e outros estados

Nesta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, uma megaoperação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em colaboração com a Receita Federal e a Polícia Federal, foi deflagrada para desarticular um esquema criminoso bilionário ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. A operação, nomeada Carbono Oculto, é considerada a mais abrangente do Brasil contra o crime organizado até o momento.

Mandados cumpridos no Alto Tietê: Itaquaquecetuba e Suzano

No Alto Tietê, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em Itaquaquecetuba e Suzano. A ação faz parte de uma força-tarefa que abrange oito estados, incluindo São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, envolvendo aproximadamente 1.400 agentes.

Irregularidades na produção e distribuição de combustíveis

As investigações revelaram diversas irregularidades nos processos de produção e distribuição de combustíveis, afetando não apenas os consumidores que abastecem seus veículos, mas também toda a cadeia econômica ligada ao setor. Estima-se que cerca de 30% dos postos de combustíveis em São Paulo estejam envolvidos em fraudes, totalizando aproximadamente 2.500 estabelecimentos.

PCC e a importação irregular de produtos químicos

O PCC utilizava a importação irregular de metanol, um solvente altamente inflamável e tóxico, para adulterar combustíveis. O produto chegava ao Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR), mas era desviado para postos e distribuidoras, colocando em risco a segurança de motoristas e pedestres. Além disso, os consumidores eram enganados, pagando por volumes inferiores ou combustíveis fora das especificações técnicas exigidas pela ANP.

Alvos da operação: empresas e pessoas físicas

Mais de 350 alvos, incluindo pessoas físicas e jurídicas, são investigados por crimes como adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Entre as empresas principais estão o Grupo Aster/Copape, que controla usinas e postos, e o BK Bank, uma fintech utilizada para movimentar dinheiro de forma não rastreável.

Complexa rede de ocultação de patrimônio

Os investigadores apontam que os recursos obtidos de forma ilícita foram realocados em uma complexa rede de “shell companies” e fundos de investimento, dificultando a identificação dos verdadeiros beneficiários. Parte significativa desse capital foi utilizada para financiar a aquisição de usinas e potencializar a atuação criminosa do grupo.
A operação Carbono Oculto representa um passo significativo no combate ao crime organizado no Brasil, com o objetivo de restaurar a integridade do mercado de combustíveis e proteger os consumidores. As investigações continuam para desmantelar completamente essa organização criminosa e suas ramificações no país.

Redação Radar do Dia

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