Karina Barbosa: Repatriação após 9 anos na Síria
Karina Barbosa é repatriada após quase uma década desaparecida na Síria
A paraense Karina Ailyn Raiol Barbosa, de 28 anos, foi repatriada ao Brasil nesta terça-feira, 27 de agosto de 2025, após ter desaparecido em 2016 durante uma viagem ao Oriente Médio. A informação foi confirmada pela Defensoria Pública da União (DPU), que não detalhou os motivos da repatriação. Karina estava acompanhada de seu filho de sete anos, fruto da relação que teve enquanto estava fora do Brasil.
Desaparecimento misterioso: viagem sem avisar aos pais
Karina, que na época tinha apenas 20 anos, deixou Belém, Pará, em 5 de abril de 2016, sem comunicar aos familiares. Segundo a Polícia Federal, a jovem embarcou em um voo a partir de São Paulo, com escalas em Marrocos e Istambul. Durante os anos em que esteve desaparecida, o caso foi investigado pela PF, pela Interpol e pela Divisão Antiterrorismo, com foco na possibilidade de aliciamento por grupos extremistas.
Detenção na Síria: revelações sobre sua localização
Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que Karina havia sido detida em uma área controlada por curdos no norte da Síria, em meio a um contexto de conflito e tensão envolvendo o Estado Islâmico. Após sua repatriação, a DPU entrou com uma ação na Justiça Federal em 2024, exigindo que o governo prestasse assistência a ela e ao filho.
Recepção calorosa no Brasil e assistência imediata
Karina e seu filho foram recebidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos por Ana Claudia de Carvalho Tirelli, defensora pública, e um agente da PF. Os familiares também estiveram presentes para recepcioná-los. Ambos foram atendidos por uma equipe de saúde pública, onde a criança recebeu cuidados médicos devido a um ferimento no pé.
História de transformação e desaparecimento
A trajetória de Karina é marcada por mudanças significativas. Antes de desaparecer, a jovem era reclusa, estudava jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA) e havia iniciado um curso de árabe em 2014. Em 2015, converteu-se ao islamismo, o que levou a um estilo de vida mais reservado e a frequentes visitas a uma mesquita local.
Família em busca de respostas sobre o desaparecimento
Os familiares de Karina acreditam que ela pode ter sido aliciada. No dia 4 de abril de 2016, ao sair de casa, a jovem apenas levou um casaco fino e uma sandália, e seu último contato foi breve e repleto de nervosismo. Um mês após seu desaparecimento, Karina fez uma ligação rápida para seus pais, na qual demonstrou medo e não pôde revelar sua localização.
Assistência da Defensoria Pública e próximas etapas
A DPU se comprometeu a fornecer assistência jurídica e apoio psicológico a Karina e seu filho, além de acionar a rede de proteção necessária para garantir sua segurança. O caso ainda levanta questões sobre o aliciamento de jovens brasileiros por grupos extremistas, e a DPU aguarda resposta do Itamaraty e da PF sobre as investigações em andamento.
Karina Barbosa agora enfrenta um novo capítulo de sua vida, com o apoio da família e das autoridades, após anos de incerteza e desafios no exterior.
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