Justiça Afastou 22 Agentes do Degase por Rebelião de 2019 no Rio
Justiça do Rio de Janeiro Afastou 22 Agentes do Degase por Rebelião em 2019
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu afastar 22 agentes do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) em decorrência de uma denúncia do Ministério Público (MP) que revela a participação deles na incitação de uma rebelião em uma unidade do sistema socioeducativo, ocorrida em 2019. A medida visa garantir a segurança e a integridade dos adolescentes internados e prevenir novos episódios de violência.
Prisão de Agente Envolvido na Rebelião
No dia 27 de agosto de 2025, um dos agentes denunciados, Thiago Guedes Suzano, foi preso em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Suzano, que atua no Degase há doze anos, é acusado de liderar a revolta no Centro de Socioeducação da Ilha do Governador, incentivando os jovens a se rebelarem durante uma greve da categoria.
Rebelião Orquestrada: Motivações e Manipulação de Adolescentes
A denúncia do MP investiga uma rebelião que aconteceu em novembro de 2019, supostamente organizada pelos próprios agentes para pressionar o governo e chamar a atenção da mídia para suas reivindicações, que incluíam benefícios como o Regime Adicional de Serviço (RAS) e a liberação do porte de arma. Entre os denunciados está também o presidente do sindicato da categoria, João Luiz Pereira Rodrigues. Os promotores afirmam que os agentes manipularam os adolescentes, tratando-os como “fantoches” para provocar o caos nas unidades. Essa estratégia resultou em sofrimento psicológico e físico para os jovens, além de danos ao patrimônio público.
Comunicações que Revelam a Conspiração
Mensagens coletadas em um grupo de WhatsApp intitulado “Dias de Luta” mostram os agentes discutindo a articulação da rebelião. Em uma das mensagens, um membro do grupo afirma: “Importante a gente começar a divulgar o caos”. Em outra troca, outro agente comenta: “Maior caos, maior êxito”.
Ameaças e Conivência Durante a Rebelião
Depoimentos de internos indicam que Thiago Suzano teria autorizado os adolescentes a “balangar” — golpeando as chapas de metal que servem como portas dos alojamentos — e teria garantido que a equipe de plantão não interviria. Um dos adolescentes relatou que foi ameaçado por Suzano, que disse que usaria um pedaço de madeira para agredi-los caso não participassem da rebelião. O MP também acusa os agentes de crimes como tortura, incitação à violência e facilitação de fuga de internos.
Reações do Degase e do Sindicato
O Degase declarou que ainda não foi oficialmente notificado, mas que cumprirá a decisão judicial integralmente. Por sua vez, o sindicato da categoria afirmou que a única evidência da denúncia é a descontextualização de conversas em um grupo fechado de mensagens de 2020. O presidente do sindicato, João Rodrigues, é descrito como uma referência nacional na socioeducação e se diz tranquilo em relação às acusações, que considera “infundadas e manipuladas”. Sobre a prisão de Thiago Suzano, sua defesa ressaltou que ele possui bons antecedentes e sempre esteve à disposição da Justiça.
Deixe o seu comentário! Os comentários não serão disponibilizados publicamente