Julgamento da Chacina do Curió Avança em Fortaleza com Novas Testemunhas

Neste dia 28 de agosto de 2025, o quarto julgamento da Chacina do Curió, que ocorreu na Grande Messejana, em Fortaleza (CE), chega ao seu quarto dia. A sessão foi retomada às 9h, com a terceira testemunha de defesa, que prestou depoimento por mais de três horas. A quarta testemunha começou a ser ouvida por volta das 15h25. O massacre, que aconteceu entre a noite de 11 e a madrugada de 12 de novembro de 2015, resultou na morte de 11 pessoas, a maioria adolescentes sem antecedentes criminais.

Sete Policiais Acusados de Omissão em Crimes na Grande Messejana

Neste julgamento, sete policiais militares são os réus, todos acusados de participação direta nos crimes. Até agora, dos 30 réus inicialmente pronunciados, 20 já passaram pelo tribunal, com seis condenações e 14 absolvições. O restante dos réus será julgado em 22 de setembro.

Ministério Público do Ceará Denuncia Policiais por Homicídios e Tortura

O Ministério Público do Ceará denunciou os sete policiais como integrantes do chamado “Núcleo da Omissão”, pois estavam de serviço na área onde os crimes ocorreram e, segundo a acusação, falharam em agir para evitar a chacina. “A legislação prevê que aqueles que deveriam prevenir crimes e se omitiram devem ser responsabilizados”, afirmou Haley Carvalho, procurador-geral de Justiça do Ceará.

Os policiais respondem por 11 homicídios consumados, três homicídios tentados, além de crimes de tortura física e psicológica. O processo, que acumula mais de 13 mil páginas, foi dividido em três etapas para facilitar os julgamentos.

Histórico de Julgamentos da Chacina do Curió em Fortaleza desde 2023

Os julgamentos começaram em junho de 2023. A primeira etapa resultou na condenação de quatro policiais a penas que somam 275 anos e 11 meses de prisão. No segundo julgamento, realizado de 29 de agosto a 6 de setembro, oito PMs foram absolvidos. O terceiro julgamento, ocorrido em setembro, resultou em duas condenações e seis absolvições.

Os réus atuais enfrentam acusações graves e as consequências de suas ações estão sendo decididas em um tribunal que busca justiça para as vítimas e suas famílias. O próximo julgamento, marcado para 22 de setembro, deverá trazer mais respostas sobre este caso emblemático que ainda repercute na sociedade cearense.

As famílias das vítimas continuam a se mobilizar em busca de justiça, realizando homenagens e acompanhando de perto o desenrolar do processo judicial. A comunidade de Fortaleza permanece atenta ao desfecho deste caso, que simboliza a luta contra a impunidade e a violência no estado.