Investigação do MPRJ sobre Rodrigo Bacellar no Rio de Janeiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou uma investigação sobre o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar, em relação a supostos casos de enriquecimento ilícito. A decisão foi tomada pelo Procurador-Geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, e surge quatro meses após o arquivamento de uma investigação anterior sobre o parlamentar e seu advogado.

Evolução patrimonial de Rodrigo Bacellar e suas implicações legais

O inquérito, que teve início em 2023, focava em propriedades localizadas em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e em uma mansão em Teresópolis, na Região Serrana. Ambas as propriedades estão registradas em nome do advogado Janses Calil Siqueira, que mantém uma relação próxima com Bacellar. O parecer atual do MPRJ indica que a investigação anterior não conseguiu comprovar atos de improbidade administrativa que resultassem em enriquecimento ilícito ou danos ao erário.

Suspeitas de ligação de Bacellar com frigorífico em Campos dos Goytacazes

O novo parecer do MPRJ destaca a necessidade de investigar indícios de evolução patrimonial de Bacellar que seriam incompatíveis com sua remuneração como presidente da Alerj. Em sua primeira eleição, em 2018, Bacellar declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 85 mil. Na eleição seguinte, esse montante subiu para R$ 793 mil, quase 10 vezes mais.

Financiamento da Agerio e licença ambiental em análise pelo MP

Dentre as questões a serem apuradas, está a suposta ligação de Bacellar com um frigorífico localizado em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Há dois anos, uma reportagem do RJ2 revelou que o advogado Siqueira era o responsável por um frigorífico que ocupa um terreno de tamanho equivalente a seis campos de futebol, com potencial de faturamento de R$ 1 milhão mensal. O MPRJ agora investigará se Bacellar seria sócio oculto da empresa JGPS Comércio de Carnes, que gerencia o negócio.

Resposta de Rodrigo Bacellar sobre investigação do Ministério Público

Além disso, o advogado Janses Calil Siqueira admitiu ter obtido financiamento da Agência de Fomento do Rio (Agerio), o que também será objeto de investigação pelo MP. Outro ponto relevante é a licença ambiental concedida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que está registrada em nome de Leonardo Barreto Almeida Filho, uma figura ligada a Bacellar.

Procurado para comentar a investigação, Rodrigo Bacellar afirmou que já forneceu esclarecimentos que demonstram a legalidade de suas ações e que está disposto a detalhar novamente todos os pontos abordados, garantindo que não há ilegalidades. O advogado Janses Calil Siqueira, entretanto, não retornou os contatos da TV Globo.

A investigação do MPRJ promete desdobramentos importantes, à medida que novas informações surgem e são analisadas no contexto das atividades financeiras e políticas de Rodrigo Bacellar.