Inteligência Artificial e Combate a Fintechs Criminosas em São Paulo

Inteligência Artificial no Combate a Fintechs Criminosas em São Paulo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a pasta adotará inteligência artificial (IA) para fiscalizar fintechs e fundos de investimento com a mesma rigidez aplicada ao sistema bancário tradicional. A medida, anunciada em 28 de agosto de 2025, visa interromper o uso dessas instituições financeiras por grupos criminosos para ocultar e multiplicar fortunas ilícitas. Haddad enfatizou em entrevista à TV Globo que “a farra das fintechs e fundos de investimento a serviço de grupos criminosos vai acabar”. Ele detalhou que a IA será utilizada para rastrear transações, identificando quem abastece contas e como ocorrem as movimentações financeiras. “Vamos seguir o dinheiro do criminoso”, afirmou o ministro, destacando que o sistema será treinado para detectar atividades suspeitas.

Operação Carbono Oculto e Revelações sobre o PCC

A declaração de Haddad ocorreu após a megaoperação Carbono Oculto, que expôs como o Primeiro Comando da Capital (PCC) utilizava fintechs para lavar dinheiro. O ministro afirmou que “depois de hoje, o crime organizado vai ter que encontrar outros meios”, referindo-se ao impacto significativo das ações fiscais sobre as redes criminosas. Nos últimos quatro anos, cerca de R$ 52 bilhões de organizações criminosas transitaram por fintechs vinculadas ao crime organizado. As investigações revelaram que o PCC operava uma complexa rede financeira, incluindo contabilidade paralela, para ocultar lucros oriundos de crimes como adulteração de combustíveis e sonegação fiscal.

Impacto e Rigor Fiscal sobre Fintechs

Haddad destacou que a Fazenda passará a fiscalizar as fintechs com a mesma intensidade que já aplica aos bancos tradicionais. A operação Carbono Oculto envolveu aproximadamente 1.400 agentes das polícias estaduais e federal em oito estados, incluindo São Paulo, Espírito Santo e Paraná. Mais de 350 mandados de prisão e busca foram executados. O esquema criminoso revelou sonegação de mais de R$ 7,6 bilhões em impostos e adulteração de combustíveis em pelo menos 300 postos em São Paulo. Estima-se que até 30% de todos os postos no estado possam estar envolvidos. Além disso, o PCC controla 40 fundos de investimento com patrimônios que superam R$ 30 bilhões.

Fiscalização e Combate ao Crime Organizado

Em sua análise sobre a operação, o ministro enfatizou a importância de integrar a fiscalização da Receita Federal aos órgãos de combate ao crime organizado. “A sofisticação do crime exige que consigamos decifrar o caminho do dinheiro”, concluiu. Essas medidas representam um avanço significativo no combate às organizações criminosas no Brasil, prometendo um futuro mais seguro e transparente para o sistema financeiro, especialmente nas fintechs.

Redação Radar do Dia

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