Fintechs e Lavagem de Dinheiro: O Caso do PCC em São Paulo
Criminosos em São Paulo Usam Fintechs para Lavagem de Dinheiro
Os criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecidos por sonegar bilhões de reais em impostos, encontraram uma brecha na legislação para a lavagem de dinheiro. Investigadores revelam que a fintech BK Bank foi utilizada para movimentar valores ilícitos por meio de contas bolsão, que não exigem identificação dos clientes.
Contas Bolsão: Como Elas Facilitam a Lavagem de Dinheiro em SP
De acordo com Andrea Chaves, subsecretária de Fiscalização da Receita, “a conta bolsão é um problema porque a fintech atua com diversos clientes. Ela não identifica cada cliente, o que torna o percurso do dinheiro mais complexo de ser provado”. Esses tipos de contas têm facilitado a movimentação de dinheiro sem a devida supervisão das autoridades.
PCC Movimenta R$ 46 Bilhões em São Paulo com Fintechs em 5 Anos
Os dados da Receita Federal indicam que, em cinco anos, o PCC movimentou cerca de R$ 46 bilhões somente no BK Bank. O dinheiro dos postos de combustíveis, por exemplo, ia diretamente para essas contas, onde as transações eram feitas através de maquininhas de pagamento eletrônico, dificultando ainda mais a rastreabilidade.
Investimentos de R$ 30 Bilhões em Fundos da REAG em São Paulo
A força-tarefa descobriu que a maior parte do montante movimentado foi investido em, pelo menos, 40 fundos de investimento, com destaque para a REAG, uma das maiores gestoras do Brasil, que teve sua sede alvo de busca e apreensão. Segundo as investigações, esses fundos reuniram cerca de R$ 30 bilhões em aplicações.
Ministério Público de SP Investiga Lavagem de Dinheiro em Fundos
O Ministério Público de São Paulo pediu explicações ao Banco Genial, que administrava um fundo que movimentou R$ 100 milhões. Ao contrário das fintechs, os fundos de investimento são obrigados a reportar operações financeiras suspeitas. A REAG Investimentos se defendeu, alegando que atuou apenas como prestadora de serviços.
Colaboração das Usinas e Reações do Setor
Entidades do setor do álcool manifestaram apoio às operações contra o crime organizado. A Usina do Grupo Virgolino de Oliveira afirmou estar colaborando com as autoridades. No entanto, o Jornal Nacional não obteve resposta de outras entidades e do BK Bank. O Banco Genial, por sua vez, informou que não havia sido notificado oficialmente sobre as investigações e que renunciou à prestação de serviços ao fundo suspeito.
Conclusão: O Impacto da Sonegação Fiscal e Lavagem de Dinheiro
A Receita Federal estima que o esquema fraudulento resultou em uma sonegação de mais de R$ 8 bilhões em impostos. “É um esquema de lavagem de dinheiro que, infelizmente, pode ser utilizado por qualquer criminoso que desejar”, afirmou Andrei Rodrigues, diretor geral da Polícia Federal. O desdobramento das investigações continua a ser acompanhado de perto pelas autoridades e pela sociedade.
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