Ex-policial civil preso por ligação ao PCC em operação federal

Ex-investigador da Polícia Civil é preso em Paulínia por envolvimento com o PCC

Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, o ex-policial civil João Chaves Melchior foi detido em sua residência em Paulínia, São Paulo. A prisão ocorreu durante uma megaoperação da Polícia Federal, que visa desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

Apreensões e histórico de João Chaves Melchior

Durante a operação, as autoridades apreenderam documentos, dois veículos e uma motocicleta pertencentes a Melchior. Segundo dados da Polícia Civil, ele ocupava o cargo de investigador de 2ª classe, com salário bruto de R$ 8.060,19, tendo recebido R$ 3.908,98 líquidos no mês de julho. Melchior também foi homenageado anteriormente pela Câmara Municipal de Paulínia por sua participação em ações que resultaram na prisão de criminosos.

Investigações apontam para um esquema bilionário

A Receita Federal revelou que a megaoperação abrange 16 alvos em seis cidades da região de Campinas e Piracicaba, incluindo Campinas, Cosmópolis, Paulínia, Piracicaba, Rio das Pedras e Santa Bárbara d’Oeste. Em nível nacional, a operação se estende a estados como São Paulo, Espírito Santo e Paraná, com estimativas de que o esquema criminoso tenha sonegado mais de R$ 7,6 bilhões em impostos.

Funcionamento da fraude no setor de combustíveis

De acordo com as investigações, um dos principais eixos do esquema envolve a importação irregular de metanol, que, ao invés de ser entregue conforme as notas fiscais, é desviado e utilizado para adulterar combustíveis em postos e distribuidoras. Isso gera lucros substanciais para a organização criminosa, enquanto consumidores pagam por combustíveis adulterados ou em volumes menores do que os anunciados.

Fintechs como ferramentas de lavagem de dinheiro

As transações financeiras do PCC transitam por fintechs controladas pelo crime organizado. Essas instituições facilitam transferências sem a devida identificação dos beneficiários, dificultando o rastreamento dos recursos. O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA/SP) já iniciou medidas judiciais para bloquear bens que possam recuperar os tributos sonegados.

Colaboração entre órgãos de segurança e justiça

A operação conta com a participação de diversas instituições, incluindo o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal. Juntas, elas buscam combater a associação do PCC a outras organizações criminosas, que se inserem na economia formal, especialmente no setor de combustíveis e no sistema financeiro.

A prisão de João Chaves Melchior e a magnitude da operação ressaltam a determinação das autoridades em desmantelar redes de crime organizado que ameaçam a segurança e a economia do país. A reportagem será atualizada com mais informações à medida que novos dados forem disponibilizados.

Redação Radar do Dia

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