Entregador em estado grave após contaminação em clínica de diálise em São Gonçalo
Estado de saúde grave de entregador em São Gonçalo após hemodiálise
O entregador Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos, permanece em estado grave e em coma induzido após uma hemodiálise em uma clínica particular em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A situação crítica do jovem, que ocorreu em 20 de agosto, está sendo investigada pela Polícia Civil, que o classifica como lesão corporal por imperícia.
Contaminação por ácido durante tratamento em clínica particular
De acordo com relatos dos pais de Bruno à polícia, o diretor técnico da clínica Nice Diálise admitiu a presença de resíduos de ácido peracético na máquina utilizada durante o tratamento. Este ácido, amplamente utilizado na desinfecção de equipamentos médicos, foi acidentalmente introduzido no organismo do paciente durante a troca da profissional responsável pelo atendimento.
Márcio Luiz dos Santos, pai de Bruno, expressou sua indignação: “Ele sempre fazia a sessão com a mesma técnica, mas nesse dia colocaram outra. Não sabemos se foi por imperícia ou imprudência, mas falta de cuidado não pode acontecer”, enfatizou.
Socorro e estado de saúde do paciente
Após a contaminação, Bruno foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, em Zé Garoto, onde permanece entubado e em coma induzido na UTI. O laudo médico confirma a contaminação e relata hemorragia cerebral, edema e insuficiência respiratória aguda como consequências do ocorrido.
A família, residente em Maricá, faz deslocamentos frequentes para São Gonçalo, onde Bruno realiza suas sessões de hemodiálise. Márcio, que acompanhava a rotina na recepção da clínica, ficou alarmado ao ver seu filho sendo retirado em uma maca: “Quando vimos, ele já estava inchado, sangrando e entubado. Se não fosse o socorro rápido, ele teria morrido na hora”, lamentou.
Irregularidades na clínica e fiscalização
A Nice Diálise, onde ocorreu o incidente, está localizada no bairro São Miguel e, segundo o boletim de ocorrência, estava com o certificado de regularidade vencido desde 28 de junho de 2025. A equipe de reportagem buscou informações junto à Prefeitura de São Gonçalo sobre a fiscalização da clínica e o estado de saúde de Bruno, mas obteve apenas a informação de que a Vigilância Sanitária Estadual é responsável pela fiscalização.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou que a Superintendência de Vigilância Sanitária iniciou uma investigação sobre o caso. Na manhã do dia 27 de agosto, equipes da Vigilância Sanitária realizaram uma inspeção no local e constataram que as licenças sanitárias para o funcionamento da unidade estão em dia. A análise do caso está sendo feita com atenção para esclarecer os fatos e tomar as medidas necessárias.
Até o fechamento desta matéria, o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e o Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren) não haviam se manifestado sobre o ocorrido. A situação de Bruno continua a mobilizar a família e amigos, que buscam mais esclarecimentos sobre o atendimento recebido.
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