Deputado Fábio Felix pede suspensão da compra do Banco Master em Brasília
Deputado Fábio Felix pede suspensão da compra do Banco Master em Brasília
O deputado distrital Fábio Felix, do PSOL, protocolou nesta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, uma representação no Banco Central solicitando a suspensão da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A iniciativa surge em meio a preocupações acerca das ligações do Banco Master com a gestora de recursos REAG Investimentos, que é uma das empresas citadas na Operação Carbono Oculto, uma investigação que apura um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Preocupações com ativos de difícil liquidez do Banco Master em Brasília
A aquisição do Banco Master, anunciada pelo BRB, já levantava preocupações no mercado financeiro, especialmente pela exposição do banco a ativos considerados de difícil liquidez. No documento protocolado, Fábio Felix destaca que a operação pode comprometer o patrimônio público do Distrito Federal, uma vez que o BRB poderia incorporar ativos “contaminados por ilícitos”.
Conexões entre Banco Master e REAG Investimentos levantam alertas
Felix aponta um “emaranhado de vínculos” que liga o Banco Master a estruturas financeiras investigadas pela operação, a qual investiga o uso de fintechs e fundos de investimento para lavar dinheiro do PCC, principalmente por meio de fraudes no setor de combustíveis. A representação revela que a REAG Investimentos passou a controlar a holding do Will Bank, que mantém cerca de 75% das operações bancárias do Banco Master. O Will Bank é considerado um ativo estratégico para a expansão digital do BRB.
Interesses conflitantes levantam suspeitas sobre a negociação
O deputado ressalta que a REAG já mantém uma relação com o BRB, o que poderia caracterizar um conflito de interesses na negociação. Através do fundo Borneo FIP Multiestratégia, a REAG possui milhares de ações do BRB e participou, em março de 2025, da Assembleia Geral de acionistas que aprovou o aumento de capital para a aquisição do Banco Master. Na ocasião, o representante da gestora se absteve de votar, uma decisão que, segundo a representação, pode ter sido estratégica para evitar acusações de abuso de direito de voto.
Histórico de investigações liga Banco Master a esquemas fraudulentos
Não é a primeira vez que o Banco Master e a REAG Investimentos estão sob a mira das autoridades. A representação menciona a Operação Fundo Fake, realizada pela Polícia Federal em 2020, que revelou a colaboração entre as duas instituições em um esquema de fraudes direcionadas a fundos de pensão de servidores públicos.
A Operação Carbono Oculto e seus impactos no setor financeiro
A atual megaoperação visa desarticular um esquema criminoso bilionário que opera no setor de combustíveis e em fundos de investimento. A Receita Federal do Brasil já identificou cerca de 40 fundos de investimento, com patrimônio total de R$ 30 bilhões, que estão sob controle do PCC. Em resposta a essa situação, a Receita planeja equiparar as fintechs ao tratamento dado aos bancos para combater o crime organizado.
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