Déficit Primário de R$ 59,12 Bilhões em Julho de 2025: Entenda o Impacto

As contas do governo brasileiro registraram um déficit primário de R$ 59,12 bilhões em julho de 2025, conforme divulgou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28). Este resultado sinaliza uma deterioração em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de R$ 9,33 bilhões, já ajustado pela inflação. Este é o pior resultado para o mês de julho desde 2020, quando o rombo fiscal atingiu R$ 120,56 bilhões devido às despesas extraordinárias geradas pela pandemia de Covid-19.

Histórico e Comparações: O Pior Resultado Desde 2020

O desempenho das contas em julho de 2025 representa o segundo pior resultado para este mês desde o início da série histórica do Tesouro, que remonta a 1997. Apenas em 2020, o déficit foi maior, refletindo as consequências financeiras da pandemia. A concentração de despesas judiciais, que totalizaram R$ 35,6 bilhões em julho, foi um dos principais fatores que contribuíram para esse resultado negativo.

Receitas e Despesas: Números que Chamam a Atenção

Apesar do déficit, a receita líquida do governo, após transferências a estados e municípios, cresceu 3,9% em termos reais em julho, totalizando R$ 201,2 bilhões. Essa alta foi impulsionada por uma arrecadação recorde, especialmente com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Entretanto, o crescimento das despesas também foi significativo, com um total de R$ 260,3 bilhões, marcando um aumento real de 28,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Acumulado do Ano: Uma Melhora nas Contas Públicas

No acumulado dos sete primeiros meses de 2025, as contas do governo apresentaram um déficit de R$ 70,27 bilhões. Comparado ao mesmo período do ano anterior, que teve um déficit de R$ 79,6 bilhões (ajustado pela inflação), houve uma melhora nas finanças públicas. Este resultado é o melhor registrado para o primeiro semestre desde 2022, quando um superávit de R$ 86,6 bilhões foi contabilizado.

Meta Fiscal: Expectativas e Desafios para o Futuro

Para 2025, a meta do governo é zerar o déficit, que foi de R$ 43 bilhões em 2024. Segundo as normas do arcabouço fiscal, é permitido um déficit de até 0,25% do PIB sem que a meta seja considerada descumprida, o que corresponde a cerca de R$ 31 bilhões. Além disso, R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou decisões judiciais, são excluídos do cálculo para o cumprimento da meta fiscal.

A situação fiscal do governo em julho de 2025 levanta preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas e a necessidade de medidas efetivas para garantir a estabilidade financeira do país nos próximos anos.