Acusações de Corrupção na Argentina: Milei defende sua irmã Karina

Na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, o presidente argentino, Javier Milei, desafiou as acusações de corrupção que envolvem sua irmã, Karina Milei, chamando-as de “farsa da semana”. Durante um discurso, ele atribuiu o que considera uma conspiração a seus rivais políticos kirchneristas, que ele se refere como “casta”. Esta é a segunda vez em menos de 48 horas que Milei se manifesta sobre o escândalo, que vem gerando controvérsias à medida que se aproximam as eleições no país.

Milei responde a ex-aliado e ataques da população

O presidente não poupou críticas ao ex-aliado Diego Spagnuolo, que, em um áudio vazado, acusa Karina de estar envolvida em um esquema de corrupção. Milei, em seu discurso, descreveu o escândalo como mais uma “nova mentira” dos seus opositores. “A farsa desta semana é apenas mais um item na longa lista de truques de casta”, afirmou.

A situação se intensificou quando Milei foi atacado com pedras durante uma carreata na cidade de Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires. Ele teve que ser retirado rapidamente do local, mas brincou sobre ter conseguido desviar dos objetos lançados em sua direção.

Investigação judicial e revelações de subornos

Em 22 de agosto, a polícia realizou buscas na sede do governo em relação a um suposto esquema de propinas que envolve Karina e outros funcionários. O caso ganhou notoriedade após a divulgação de áudios gravados por Spagnuolo, demitido no dia 21 de agosto. Nos áudios, ele menciona subornos que estariam sendo desviados em contratos de compra de medicamentos, citando Karina e Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de Gestão Institucional.

Spagnuolo alegou que os desvios poderiam chegar a 8% de cada contrato, totalizando entre US$ 500 mil e US$ 800 mil mensais, e que Karina estaria recebendo cerca de 3%. Ele também afirmou que discutiu as irregularidades diretamente com o presidente Milei, que, segundo ele, não tomou providências efetivas.

Desdobramentos da investigação e a resposta de Milei

Apesar das graves acusações, a Justiça ainda não confirmou a autenticidade das gravações e não emitiu ordens de prisão ou acusações formais. Durante a operação de busca, foram apreendidos veículos, celulares, uma máquina de contagem de dinheiro e US$ 266 mil em espécie.

Após as denúncias, Milei criticou a cobertura da imprensa e a postura dos parlamentares opositores, sinalizando que continuará a se defender e a defender sua família. A situação se torna cada vez mais tensa à medida que as eleições se aproximam, e a pressão sobre o presidente aumenta.