Comerciantes de Brasília alteram horários de funcionamento devido à violência

Em Brasília, o Setor Comercial Sul (SCS) enfrenta uma crescente onda de violência que tem impactado diretamente a rotina dos comerciantes locais. Preocupados com a segurança, muitos empresários decidiram mudar os horários de funcionamento de seus estabelecimentos. O empresário Ovídio Maia, que possui uma imobiliária na Quadra 5, revelou que a nova estratégia inclui a chegada dos funcionários mais tarde e a saída antes do anoitecer. “Nós procuramos entrar entre 8h30 e 9h e começar a sair do serviço às 17h. É a segurança que nos preocupa”, afirmou Ovídio, que destacou o aumento nos relatos de furtos e assaltos na área.

Assaltos frequentes afetam comerciantes e clientes

Iraneide Barbosa, proprietária de uma ótica na mesma quadra, também passou por momentos de tensão. Ela foi assaltada duas vezes e narrou um dos incidentes: “Ele chegou como cliente, pediu para ver o relógio e saiu correndo com dois. Fiquei no prejuízo de R$ 1.900. E a gente tem que continuar, né?” A sequência de crimes na região não se limita a assaltos a lojas. No início de agosto de 2025, a Polícia Militar prendeu um homem que tentava roubar um pedestre usando um uniforme falso e um distintivo da Polícia Penal de Minas Gerais. Outros crimes, como o furto de uma câmera fotográfica avaliada em R$ 10 mil, também foram registrados.

Polícia afirma que índices de criminalidade estão em queda

De acordo com o subcomandante do 1º Batalhão da PMDF, major Adson Ramos, embora os índices de roubos e furtos estejam em queda, a sensação de insegurança permanece alta entre os comerciantes. “Tivemos uma redução nesses índices. Do ano passado para este ano, também caiu o número de acionamentos. Mas a sensação de segurança ainda é baixa”, explicou. Além da violência, os comerciantes apontam a falta de assistência social para pessoas em situação de rua como um problema crescente. Esta semana, a equipe da TV Globo flagrou usuários de drogas em plena luz do dia em um beco da região.

Propostas para melhorar a segurança no Setor Comercial Sul

O presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, defende a criação de um centro integrado de segurança para abordar a questão da criminalidade. Ele ressalta que a alta taxa de imóveis desocupados na região contribui para a deterioração do setor. “O governo fez obras no setor, e algumas lojas estão sendo reformadas. Mas os prédios têm baixa ocupação e os condomínios são caros. A segurança é o principal problema”, comentou. Recentemente, totens de segurança foram instalados no SCS, equipados com câmeras, botões de emergência e sinalização luminosa, visando aumentar a segurança em áreas de alta criminalidade. A situação no Setor Comercial Sul de Brasília destaca a necessidade urgente de medidas que garantam a segurança e o bem-estar de comerciantes e clientes, além de um olhar mais atento para as questões sociais que permeiam a região.