Casal Absolvido de Homicídio em Passo Fundo, RS: Uma Nova Esperança
Casal é Absolvido Após Acusação de Homicídio em Passo Fundo, RS
Um casal de Passo Fundo, localizado na Região Norte do Rio Grande do Sul, celebrou sua absolvição após dois anos de prisão. Eles foram acusados de matar seu filho, Arthur Goulart dos Santos, que faleceu com apenas 44 dias de vida. O julgamento ocorreu na última sexta-feira, 22 de agosto de 2025, onde os jurados decidiram acolher a tese da defesa, que destacou falhas no atendimento médico como a verdadeira causa da tragédia.
O Trágico Incidente e a Intervenção Médica
No dia 31 de maio de 2023, o recém-nascido Arthur sofreu um engasgo em sua casa. Os pais, Luan dos Santos e Tatiele Goulart Guimarães, imediatamente tentaram socorrê-lo e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Contudo, segundo Luan, o socorro demorou a chegar. “Entrei em desespero. Tentei reanimar meu filho, fiz respiração boca a boca, dei tapinhas nas costas dele e nada. Foram horas horríveis até o Samu chegar,” relatou Luan, que trabalha como auxiliar de serviços gerais.
Arthur foi reanimado e internado no Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo, mas, infelizmente, faleceu dias depois. Devido a lesões encontradas em seu corpo, o hospital acionou o Conselho Tutelar, levando a Polícia Civil a iniciar uma investigação. O Ministério Público então denunciou os pais por homicídio qualificado.
Defesa Aponta Inconsistências no Caso
Durante o júri, a defesa apresentou várias inconsistências no prontuário médico e nas declarações do processo. O advogado Wellinton Gnoatto enfatizou: “Nada nunca fechou. Esses pais sempre amaram essa criança desde o primeiro dia.” A defensora pública Tatiana Kosby Boeira também destacou falhas no atendimento hospitalar, afirmando que a criança ficou aguardando por um leito de UTI das 00h às 12h, momento em que já apresentava morte encefálica. “Talvez tenha sido uma sucessão de erros, não estou dizendo que foi intencional,” declarou.
O Hospital São Vicente de Paulo optou por não comentar as alegações da defesa, alegando falta de conhecimento sobre o processo.
Decisão do Júri e Reencontro Emocionante
O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu a desclassificação da acusação para homicídio culposo, uma vez que não foi identificada a intenção de matar. Os jurados, por sua vez, absolveram os réus, e o MP informou que não deve recorrer da decisão. Luan e Tatiele passaram períodos em prisões diferentes, com Tatiele, mãe de outras duas crianças de um relacionamento anterior, sem vê-las durante esses dois anos. O reencontro ocorreu na sala do júri, repleto de emoção.
“O reencontro da mãe com os filhos foi impagável. Foi muito gratificante demonstrar a inocência dela e do padrasto, que era o pai biológico do Arthur,” declarou a defensora Tatiana.
Recomeço de Vida Após a Absolvição
Agora, Luan busca reconstruir sua vida. “Quinta-feira já consegui um emprego, sendo que saí na quarta do júri. Isso mostra que somos trabalhadores, cidadãos de bem. Não fizemos mal algum, principalmente ao nosso filho,” afirmou, expressando esperança e determinação para o futuro.
A história de Luan e Tatiele destaca não apenas as falhas no sistema de saúde, mas também a luta pela justiça em meio a uma tragédia familiar.
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