Apoio da Unica à Operação Carbono Oculto no combate ao PCC em São Paulo

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) expressou, na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, seu apoio à Operação Carbono Oculto, uma megaoperação nacional destinada a desmontar um esquema criminoso bilionário ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa ação é considerada a maior já realizada no Brasil contra o crime organizado no setor de combustíveis.

Impacto da Operação Carbono Oculto na produção de cana em todo o Brasil

A Operação Carbono Oculto é fruto de uma colaboração entre o Ministério Público de São Paulo, o Ministério Público Federal e as Polícias Federal, Civil e Militar. As autoridades estão cumprindo mandados em oito estados brasileiros, mirando uma rede criminosa que adulterava combustíveis e realizava lavagem de dinheiro. Os acusados enfrentam investigações por fraudes fiscais, ambientais e econômicas.

Em nota oficial, a Unica uniu-se à Bioenergia Brasil, ao Instituto Combustível Legal (ICL) e ao Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM) para ressaltar a importância do combate a práticas ilícitas. “Esse combate é crucial para proteger consumidores, garantir a arrecadação de tributos e assegurar um ambiente de negócios transparente”, afirmaram as entidades.

PCC e suas táticas de dominação no setor agropecuário paulista

José Guilherme Nogueira, CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), comentou sobre a surpresa do setor diante da operação. Ele destacou que, embora houvesse conhecimento de investigações relacionadas a incêndios na produção de cana, a extensão do esquema criminoso foi inesperada.

No ano passado, a produção de cana sofreu um golpe severo devido a incêndios que causaram prejuízos de R$ 500 milhões ao setor. “A Orplana apoia as autoridades responsáveis pela megaoperação e reafirma seu compromisso com a ética e a transparência, fundamentais para a credibilidade do setor”, disse Nogueira.

Consequências da Operação Carbono Oculto para o mercado de combustíveis

A investigação do MP-SP revelou que membros do PCC se infiltraram na produção de cana, ameaçando empresários e fazendeiros em São Paulo. Relatos indicam que muitos foram coagidos a vender suas propriedades a grupos criminosos, com pagamentos em dinheiro vivo e ameaças de morte para aqueles que tentassem resistir.

Empresários do setor manifestaram preocupação com o avanço do crime organizado, que utilizava táticas de dominação territorial. As investigações, que inicialmente eram de competência estadual, se expandiram para envolver o Ministério Público Federal e a Receita Federal, devido à gravidade das acusações, que incluem sonegação fiscal e adulteração de combustíveis.

Megaoperação contra crime organizado: o futuro do setor de bioenergia

Os desdobramentos das investigações levaram à deflagração da Operação Carbono Oculto, com ordens de prisão e mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça Federal e Estadual. A ação abrange desde a produção no campo até a comercialização de álcool para o consumidor final.

Os órgãos envolvidos estão determinados a erradicar a influência do PCC no setor de combustíveis, abordando as fraudes e garantindo a segurança e a integridade das operações legítimas. A luta contra o crime organizado no Brasil, especialmente no setor de combustíveis, é uma prioridade, e a megaoperação representa um passo significativo nessa direção.