Adulteração de Etanol e Gasolina em SP: Impactos e Consequências
Adulteração de Etanol e Gasolina em São Paulo: O Impacto na Indústria
Desde a década de 1970, o etanol se tornou um combustível essencial para os brasileiros, gerando uma vasta rede de empregos e negócios. Entretanto, esse mercado atraiu a atenção do crime organizado, que se infiltrou em diversas etapas da produção, resultando na adulteração da qualidade do produto vendido.
Investigação Revela Esquema de Adulteração em Postos de Combustíveis
Uma investigação recente revelou que o esquema de adulteração começava com a importação de dois produtos essenciais: nafta e metanol, derivados do petróleo e usados em diversas indústrias. Oficialmente, esses produtos eram destinados à indústria química e à fabricação de biocombustíveis. Na prática, porém, eram utilizados para adulterar gasolina e etanol, um procedimento ilegal.
Em junho de 2025, fiscais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) flagraram um caminhão-tanque carregado de metanol na zona leste de São Paulo. Durante três dias, o veículo permaneceu estacionado até que, momentos antes de retomar a circulação, sua placa foi trocada por uma que identificava o transporte de etanol. Apenas naquela noite, o caminhão descarregou o metanol em quatro postos de combustíveis da capital paulista.
Consequências da Adulteração de Combustíveis para Consumidores em SP
O impacto dessa adulteração para o consumidor é claro: não apenas pagam por um produto de qualidade inferior, mas também correm o risco de danos ao motor de seus veículos. O promotor de Justiça, Yuri Fisberg, alerta sobre os riscos do metanol, um solvente químico extremamente tóxico, cujo limite permitido na gasolina é de apenas 0,5%. No entanto, investigações em São Paulo revelaram postos vendendo combustíveis com até 90% de metanol, o que representa uma ameaça não apenas para os veículos, mas também para a saúde pública e o meio ambiente.
Sonegação Fiscal e Lavagem de Dinheiro em Postos de Combustíveis
A Receita Federal identificou cerca de 1.200 postos de combustíveis relacionados ao grupo criminológico, que movimentou mais de R$ 54 bilhões, mas recolheu apenas R$ 90 milhões em impostos, evidenciando um esquema de sonegação fiscal. O combustível adulterado era comercializado por empresas como Aster e Copape, e transportado por caminhões da G8 Log.
Embora a G8 Log atue no setor de transporte, os investigadores descobriram que a empresa não possui caminhões registrados em seu nome, utilizando, ao invés disso, empresas de fachada. O suposto proprietário, Mohamad Hussein Mourad, é apontado como líder do esquema de sonegação, lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis, com um histórico de investigações que se estendem por mais de uma década.
Criminalidade no Setor de Combustíveis: Desafios para a Fiscalização no Brasil
As revelações sobre esse esquema criminoso não apenas expõem a complexidade da rede de adulteração, mas também ressaltam a necessidade urgente de fiscalização e controle mais rigorosos no setor de combustíveis no Brasil.
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