Ex-policial preso em operação contra PCC em Campinas
Ex-policial civil é preso em Paulínia durante operação contra o PCC
Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, o ex-policial civil João Chaves Melchior foi preso em sua residência em Paulínia, São Paulo. A detenção faz parte de uma megaoperação da Polícia Federal que visa desmantelar um esquema criminoso bilionário de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.
Operação revela fraude e apreensões significativas
A operação resultou na apreensão de documentos, dois veículos e uma motocicleta com Melchior, que, segundo informações da Polícia Civil, recebia um salário bruto de R$ 8.060,19 como investigador. Em julho de 2025, ele recebeu R$ 3.908,98 líquidos. Durante sua carreira, Melchior foi reconhecido pela Câmara Municipal de Paulínia por sua participação na prisão de criminosos em um assalto à casa de um vereador local.
Antecedentes disciplinares e investigação em andamento
Um Processo Administrativo Disciplinar contra Melchior foi aberto pela Corregedoria da Polícia Civil de Campinas, conforme notificação publicada no Diário Oficial em 7 de março de 2024. A Secretaria de Segurança Pública foi contatada para comentar sobre a prisão e o processo administrativo, mas não havia resposta até o fechamento desta matéria.
Fintech de Campinas também é investigada
Além de Melchior, uma fintech localizada no Jardim Madalena, em Campinas, também é alvo da operação. A Receita Federal informou que a ação abrange 16 alvos em seis cidades das regiões de Campinas e Piracicaba, incluindo Campinas, Cosmópolis, Paulínia, Piracicaba, Rio das Pedras e Santa Bárbara d’Oeste.
Escândalo bilionário e impacto econômico
As investigações apontam que o esquema criminoso sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais. Aproximadamente 350 indivíduos são suspeitos de envolvimento em práticas como adulteração de combustíveis, crimes ambientais e estelionato em todo o Brasil.
Funcionamento do esquema de fraudes
Os investigadores descobriram que um dos principais eixos da fraude envolve a importação irregular de metanol, que, ao invés de ser entregue aos destinatários corretos, é desviado e utilizado para adulterar combustíveis em postos de gasolina. Essa prática não apenas gera lucros exorbitantes para o PCC, mas também coloca em risco a segurança de motoristas e pedestres.
Fintechs e o crime organizado
As operações financeiras do grupo criminoso transitam por fintechs controladas pelo crime organizado, dificultando o rastreamento dos recursos. Estas instituições utilizam contabilidade paralela, permitindo transferências entre empresas e pessoas físicas sem a identificação dos beneficiários finais.
Medidas judiciais e desdobramentos da operação
O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) já anunciou que tomará medidas judiciais para bloquear bens suficientes para recuperar a quantia sonegada. A operação envolve a participação de órgãos como o Ministério Público de São Paulo, Polícia Federal e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
As autoridades alertam que a organização criminosa PCC está interligada a uma rede de outras organizações criminosas, consolidando sua influência no setor de combustíveis e no sistema financeiro. A operação continua em andamento, com desdobramentos previstos nas próximas semanas.
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