Bruno Rodrigues entra em coma após hemodiálise em clínica de São Gonçalo

Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, um entregador de 29 anos, encontra-se em estado grave e em coma na UTI do Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O jovem foi contaminado com ácido peracético durante uma sessão de hemodiálise em uma clínica particular conveniada ao SUS, no dia 20 de agosto de 2025.

Falha na hemodiálise gera investigação policial em São Gonçalo

Os pais de Bruno relataram à polícia que o diretor técnico da clínica Nice Diálise reconheceu a ocorrência de uma falha no atendimento. Segundo eles, resíduos de ácido peracético, utilizado para a limpeza de equipamentos médicos, foram acidentalmente introduzidos no organismo do paciente. A Polícia Civil investiga o caso como lesão corporal por imperícia.

Erro durante troca de profissional é apontado como causa do acidente

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 72ª DP de São Gonçalo, o incidente ocorreu durante a troca da profissional responsável pela sessão de diálise. Márcio Luiz dos Santos, pai de Bruno, afirmou: “Ele sempre fazia a sessão com a mesma técnica, mas nesse dia colocaram outra. Não sabemos se foi por imperícia ou imprudência, mas não teve cuidado.”

Familiares relatam desespero ao ver Bruno sendo socorrido

Após a contaminação, Bruno foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao hospital, onde permanece entubado e sob cuidados intensivos. “Estávamos na recepção da clínica e só soubemos do que havia acontecido quando vimos nosso filho sendo retirado em uma maca. Ele estava inchado e sangrando”, desabafou Márcio.

Clínica de diálise com certificado de regularidade vencido

A clínica Nice Diálise, localizada no bairro São Miguel, está com o certificado de regularidade vencido desde 28 de junho de 2025, segundo o boletim de ocorrência. A equipe de reportagem do g1 buscou informações junto à Prefeitura de São Gonçalo sobre a fiscalização da clínica e o estado de saúde de Bruno, mas até o momento não obteve retorno.

Organizações de saúde aguardam posicionamento sobre o caso

Além disso, o g1 também solicitou um posicionamento ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e ao Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren), e aguarda resposta. A família de Bruno, que reside em Maricá, se desloca três vezes por semana para São Gonçalo a fim de garantir o tratamento do jovem, e agora busca respostas sobre o trágico incidente que mudou suas vidas.