Retorno de Karina Barbosa: Uma história de resiliência e esperança
Karina Barbosa: O retorno de uma brasileira desaparecida na Síria
Karina Ailyn Raiol Barbosa, uma jovem paraense de 28 anos, foi repatriada ao Brasil após nove anos de desaparecimento. A jovem, que partiu em abril de 2016 para o Oriente Médio, esteve detida em uma região de conflito na Síria e retornou ao país com seu filho de sete anos. A informação foi confirmada pela Defensoria Pública da União (DPU) na última quarta-feira, 28 de agosto de 2025.
Desaparecimento e investigações internacionais
Karina deixou o Brasil no dia 5 de abril de 2016, sem informar aos pais, e embarcou em um voo que partiu de São Paulo, fazendo escalas em Marrocos e Istambul. Desde então, seu desaparecimento gerou investigações pela Polícia Federal (PF) e pela Interpol, que buscavam entender se ela havia sido aliciada por grupos extremistas. Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que a jovem estava detida em uma área controlada pelos curdos, no norte da Síria, em meio a conflitos relacionados ao Estado Islâmico.
Assistência legal e retorno ao Brasil
Em 2024, a DPU acionou a Justiça Federal exigindo que o governo prestasse assistência a Karina e ao filho. O retorno foi concretizado na terça-feira, 27 de agosto de 2025, quando ambos foram recebidos no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, por uma defensora pública e um agente da PF. Familiares também estavam presentes para dar boas-vindas à jovem e à criança.
A trajetória de Karina antes do desaparecimento
Karina era uma estudante de jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA) e, segundo sua família, era timida e reclusa. Em 2015, ela começou a frequentar uma mesquita e se converteu ao islamismo, o que trouxe mudanças significativas em sua vida. Sua irmã, Karen Barbosa, relembra como Karina se tornou mais comunicativa após a conversão. No dia 4 de abril de 2016, Karina saiu de casa sem avisar e não foi mais vista. O último contato com a família ocorreu por volta das 13h, quando ela afirmou que estava gravando vídeos para a faculdade e que passaria a noite na casa da avó. Desde então, o telefone ficou sem sinal.
Controvérsias e preocupações familiares
A família suspeitava que Karina poderia ter sido forçada a embarcar em sua viagem. Um mês após seu desaparecimento, ela fez um contato rápido com os pais, demonstrando nervosismo e medo, o que aumentou as preocupações da família. Após o desaparecimento, a irmã encontrou nas redes sociais da jovem menções a sua crítica sobre as condições de vida na Síria, levando a crer que ela estava envolvida em questões mais complexas do que apenas uma viagem.
Assistência médica e futura proteção
Após a chegada ao Brasil, Karina e seu filho foram atendidos por uma equipe de saúde pública em Guarulhos. O menino apresentava um ferimento no pé e passou por sutura. A DPU permanece à disposição para oferecer assistência jurídica e suporte psicológico para Karina e seu filho, enquanto aguardam uma resposta das autoridades sobre a investigação que envolve o desaparecimento da jovem e possíveis vínculos com grupos extremistas. O caso de Karina Barbosa traz à tona questões sobre segurança e aliciamento de cidadãos brasileiros no exterior, especialmente em regiões de conflito. A busca por respostas continua, enquanto a família se reúne e tenta retomar a vida após anos de incerteza.
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