Operação em São Paulo e Minas Gerais combate tráfico de animais silvestres
Em uma ação histórica, a Polícia Civil do Rio de Janeiro desmantelou a maior quadrilha de tráfico de animais silvestres do Brasil, resultando na prisão de 47 pessoas e no resgate de mais de 700 animais em condições precárias. A operação, realizada no dia 16 de setembro de 2025, envolveu o cumprimento de 275 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Minas Gerais.
Investigação revela práticas criminosas em diversos estados
As investigações, que duraram cerca de um ano, revelaram que traficantes estavam comercializando variadas espécies de animais silvestres, incluindo o macaco-mão-de-ouro, com preços que chegavam a R$ 3,5 mil. Os criminosos utilizavam feiras e grupos de mensagens para realizar as vendas. Em áudios interceptados, um dos traficantes chegou a afirmar: “Dá para levantar uma prata rápida. Num mês dá para fazer R$ 10 mil para mim”.
Divisão da quadrilha e suas táticas sofisticadas
A quadrilha operava em várias regiões do Brasil, incluindo Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. A polícia identificou três núcleos principais dentro da organização: caçadores de animais silvestres, atravessadores que transportavam os bichos e falsificadores que criavam documentos fraudulentos. Um dos áudios capturados revelou que os traficantes estavam esperando uma remessa de 800 melros para venda.
Animais resgatados enfrentam graves riscos à saúde
Durante a operação, os policiais encontraram muitos dos animais desnutridos e doentes, sendo levados para a Cidade da Polícia, onde receberam atendimento veterinário. Após a recuperação, eles serão encaminhados a um centro de triagem na Baixada Fluminense. Segundo os dados da polícia, um dos presos teria vendido mais de 45 mil animais em apenas um ano, movimentando mais de R$ 5 milhões.
Consequências legais para compradores de animais silvestres
O delegado André Prates, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, enfatizou que a compra de animais silvestres sem documentação legal é considerada crime de receptação. “Animal silvestre deve estar no seu habitat natural e livre de maus-tratos”, alertou Prates, destacando a importância da preservação da biodiversidade e da integridade ambiental.
Esta operação marca um importante passo na luta contra o tráfico de animais silvestres no Brasil, que é um crime que não apenas ameaça espécies, mas também degrada o meio ambiente e a saúde pública.