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Infiltração do Crime Organizado no Setor de Etanol em São Paulo

Infiltração do Crime Organizado no Setor de Etanol em São Paulo

O crime organizado tem se infiltrado nas diversas etapas do setor do etanol em São Paulo, incluindo fazendas de cana-de-açúcar, usinas de produção de álcool e distribuidores de combustível. Essa infiltração, conforme revelado por investigações, ocorre muitas vezes mediante ameaças e negociações a preços inferiores aos de mercado.

PCC e a Crise do Etanol: Como a Facção Dominou o Mercado Paulista

Na década passada, o Primeiro Comando da Capital (PCC) aproveitou a crise enfrentada pelas usinas de etanol para entrar de forma agressiva nesse mercado. De acordo com informações da Polícia Federal (PF), a facção usou laranjas para injetar dinheiro nas empresas do setor. Relatos indicam que os proprietários têm enfrentado ameaças para vender suas usinas e terras.

Incêndios e Prisões: A Ação do Crime no Setor de Cana em SP

Em 2024, a polícia prendeu seis indivíduos suspeitos de iniciar incêndios criminosos em plantações de cana. A força-tarefa revelou que a facção adquiriu ao menos cinco usinas, incluindo grandes nomes do setor, através de fundos de investimento e laranjas, sendo Mohamad Hussein Mourad o verdadeiro beneficiário.

Coação de Postos de Combustíveis: Ameaças e Crise no Etanol

Além disso, o grupo criminoso tem coagido proprietários de postos de combustíveis, que frequentemente não recebem os valores acordados nas vendas e são ameaçados de morte caso tentem cobrar. A PF também apontou que Mourad atua como controlador de um dos terminais no porto de Paranaguá, no Paraná.

Receita Federal e o Combate às Riquezas Ilícitas em São Paulo

A Receita Federal identificou que o grupo acumulou bens de luxo nos últimos anos, incluindo seis fazendas no interior de São Paulo, avaliadas em R$ 31 milhões, e uma residência em Trancoso, na Bahia, comprada por R$ 13 milhões.

Márcia Cecília Meng, superintendente da Receita Federal em São Paulo, enfatizou a necessidade de ações mais efetivas contra esse sistema criminoso. “É fundamental sufocar financeiramente essas organizações e rastrear seus esquemas financeiros para desmantelar suas operações”, destacou.

A situação atual do setor de etanol em São Paulo revela não apenas uma crise econômica, mas também um desafio crescente contra o crime organizado que ameaça a segurança e a integridade da indústria.

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