Repatriação de Karina Barbosa: de desaparecimento na Síria a acolhimento no Brasil
Repatriação de Karina Barbosa: uma história de desaparecimento e retorno ao Brasil
Karina Ailyn Raiol Barbosa, uma jovem paraense de 28 anos, foi repatriada ao Brasil após um desaparecimento que durou nove anos. O retorno da mulher, que estava detida na Síria, ocorreu na terça-feira, 27 de agosto de 2024, e foi confirmado pela Defensoria Pública da União (DPU) nesta quarta-feira, 28. A jovem chegou acompanhada de seu filho de sete anos, fruto de sua estadia no Oriente Médio.
Desaparecimento misterioso em 2016: como tudo começou
A trajetória de Karina começou em 5 de abril de 2016, quando ela deixou sua casa em Belém, PA, sem informar aos pais. Na época, a Polícia Federal (PF) revelou que a jovem embarcou em um voo com escalas em Marrocos e Istambul. A família, alarmada com seu desaparecimento, temia que ela tivesse sido aliciada por grupos extremistas. O caso foi investigado pela PF, Interpol e pela Divisão Antiterrorismo da PF.
Detenção na Síria: revelações sobre o passado de Karina
Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que Karina estava detida em uma área controlada por curdos no norte da Síria, em meio a um contexto de conflitos envolvendo o Estado Islâmico. Durante sua ausência, a DPU, por meio do Núcleo Regional de Direitos Humanos, entrou com uma ação judicial em 2024, solicitando assistência ao governo para ela e seu filho.
Chegada ao Brasil: acolhimento e assistência
Ao retornar ao Brasil, Karina e seu filho foram recebidos no aeroporto internacional de Guarulhos por uma defensora pública e um agente da PF. A criança apresentava um machucado no pé e recebeu atendimento médico imediato, que incluiu avaliação clínica e vacinação.
Uma jovem tímida que transformou sua vida
Karina, antes de seu desaparecimento, era descrita como tímida e reclusa. A estudante de jornalismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) começou a frequentar uma mesquita em 2014 e se converteu ao islamismo em 2015. Sua transformação incluiu mudanças significativas em seu vestuário e comportamento, o que chamou a atenção da família.
O último contato e as preocupações da família
A última vez que a família teve notícias de Karina foi no dia 4 de abril de 2016, quando ela afirmou estar gravando um vídeo para a faculdade e planejava passar a noite na casa da avó. O contato posterior foi breve e deixou os pais alarmados, pois a jovem parecia estar com medo.
Reflexões sobre a situação na Síria e a luta da população
Antes de seu desaparecimento, Karina expressou preocupações nas redes sociais sobre as condições de vida na Síria, criticando a falta de ação internacional frente à opressão. Suas palavras refletiam a complexidade da situação no país, que estava em meio a uma guerra civil devastadora.
Futuro incerto: assistência e apoio necessário
A DPU se comprometeu a fornecer assistência jurídica e apoio psicológico para Karina e seu filho. O órgão está em busca de garantir que ambos recebam os cuidados necessários após o retorno ao Brasil. O g1 tentou contato com o Itamaraty e a PF para mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
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