Home / Justiça / Karina Barbosa: Repatriação e Desaparecimento no Oriente Médio

Karina Barbosa: Repatriação e Desaparecimento no Oriente Médio

Karina Barbosa é repatriada ao Brasil após anos no Oriente Médio

A brasileira Karina Ailyn Raiol Barbosa, de 28 anos, que desapareceu em abril de 2016, foi repatriada ao Brasil junto com seu filho de sete anos. A confirmação da repatriação foi feita pela Defensoria Pública da União (DPU) nesta quarta-feira, 28 de agosto de 2025. O órgão, no entanto, não revelou os detalhes que levaram ao retorno de Karina, que estava detida em uma região de conflito na Síria.

Desaparecimento misterioso em 2016

Natural de Belém, Pará, Karina partiu para o Oriente Médio sem avisar seus familiares, embarcando em um voo na cidade de São Paulo com escalas em Marrocos e Istambul. Na época, a Polícia Federal (PF) iniciou investigações para determinar se ela havia sido aliciada por grupos extremistas, acompanhadas também pela Interpol.

Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que a jovem estava detida em uma área controlada por curdos no norte da Síria, um local marcado por tensões com o Estado Islâmico.

Repatriação e assistência ao retornar ao Brasil

Karina chegou ao Brasil na terça-feira, 27 de agosto, e foi recebida no Aeroporto Internacional de Guarulhos por uma defensora pública e um agente da PF. Os familiares estavam presentes para recebê-la.

A Defensoria Pública da União havia solicitado, em 2024, assistência do governo brasileiro para Karina e seu filho. Após a chegada, a família recebeu atendimento médico, já que a criança apresentava um ferimento no pé que necessitou de sutura.

O contexto do desaparecimento e a vida de Karina

Karina era conhecida como uma jovem tímida e reclusa, estudante de jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA). Em 2014, ela começou a estudar árabe e, um ano depois, se converteu ao islamismo, frequentando uma mesquita local. Sua mudança de comportamento, segundo a família, foi significativa após a conversão.

No dia 4 de abril de 2016, Karina saiu de casa com apenas um casaco e uma sandália, informando que gravaria vídeos para a faculdade e passaria a noite na casa da avó. Este foi o último contato que teve com a família, que ficou alarmada ao perceber seu desaparecimento.

Investigação sobre aliciamento e ligação com a família

Um mês após seu desaparecimento, Karina fez um contato breve com os pais, durante o qual demonstrou estar nervosa e com medo. A família suspeita que ela tenha sido forçada a embarcar em uma situação de aliciamento.

Após a repatriação, a DPU se colocou à disposição para oferecer assistência jurídica e apoio psicológico a Karina e ao filho. A investigação sobre as circunstâncias do desaparecimento e qualquer possível aliciamento por grupos extremistas ainda está em andamento, e as autoridades, incluindo o Itamaraty e a PF, não forneceram atualizações até o momento.

A história de Karina Barbosa, marcada por mistério e drama, levanta questões sobre segurança e proteção para brasileiros em situações de vulnerabilidade no exterior.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *