Fintechs em São Paulo: Crime Organizado e Urgência na Regulamentação
Fintechs em São Paulo: O novo alvo do crime organizado
Na última quinta-feira, 28 de agosto de 2025, a superintendente da Receita Federal em São Paulo, Marcia Meng, alertou para uma nova estratégia do crime organizado no Brasil: a “bancarização” do dinheiro ilícito através das fintechs. Durante coletiva de imprensa sobre a operação Carbono Oculto, Meng destacou que essas empresas financeiras estão permitindo que recursos provenientes de atividades criminosas entrem no sistema financeiro formal, o que representa um grande risco para a sociedade.
A operação Carbono Oculto e suas revelações
A operação, que envolve uma força-tarefa nacional de diversos órgãos, expôs como o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem usado fintechs e fundos de investimento imobiliário para movimentar dinheiro sujo. “Essas fintechs não prestam contas sobre os reais donos do dinheiro que movimentam”, afirmou Meng, enfatizando a fragilidade da regulação nesse setor.
Comparações com o Cartel de Medellín em ‘Narcos’
Para ilustrar a gravidade da situação, Meng fez uma analogia com a série ‘Narcos’, que retrata a ascensão do Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar. “Antigamente, os traficantes enterravam o dinheiro, que perdia valor. Hoje, o crime organizado está bancarizando seus recursos e colocando-os no mercado de capitais para render”, disse a superintendente.
A urgência de regularização das fintechs
Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, reforçou a necessidade urgente de discutir a regularização dessas empresas. “As fintechs operam como paraísos fiscais, sem obrigações de transparência”, comentou. Elas movimentam dinheiro através de contas que não revelam a identidade dos verdadeiros proprietários, dificultando a rastreabilidade dos recursos.
Impacto econômico e operações do PCC
A Receita Federal identificou pelo menos 40 fundos de investimento com patrimônio de R$ 30 bilhões controlados pelo PCC, principalmente em São Paulo. Esses fundos têm financiado a compra de um terminal portuário, usinas de álcool e até mesmo imóveis de alto valor. A operação revelou também que o PCC utilizava uma rede de mais de mil postos de combustíveis em diversos estados para lavar dinheiro.
Desarticulando um esquema bilionário
A megaoperação Carbono Oculto, que mobilizou cerca de 1.400 agentes em oito estados, visa desmantelar um esquema criminoso complexo no setor de combustíveis. Estima-se que o PCC tenha sonegado mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, afetando não apenas os consumidores, mas toda a cadeia econômica relacionada.
O futuro do combate ao crime organizado
Com a crescente sofisticação das estratégias do PCC, as autoridades ressaltam a importância da cooperação entre diferentes órgãos de segurança pública. A luta contra a lavagem de dinheiro e a regulamentação das fintechs se tornaram prioridades para garantir a integridade do sistema financeiro e proteger a sociedade de atividades ilícitas. A operação Carbono Oculto e suas revelações evidenciam um problema que vai além do combate ao crime organizado; trata-se de uma questão de segurança econômica e social que requer atenção imediata.
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