Governador da Bahia Exonera Diretor do Conjunto Penal de Eunápolis

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) exonerou Jorge Magno Alves do cargo de diretor do Conjunto Penal de Eunápolis, na Bahia, em uma decisão publicada no Diário Oficial do Estado em 28 de agosto de 2025. Fabrizio Gama e Narici foi nomeado como seu sucessor, enquanto Sergio Vinicius Tanure dos Santos assumiu a função de diretor-adjunto. Jefferson Oliveira Perfentino da Cruz também foi exonerado.

Atentado em Maio Levou à Morte de Motorista

Jorge Magno, que assumiu a gestão do complexo penal após a fuga de 16 detentos em dezembro de 2024, foi alvo de um atentado em 21 de maio deste ano. O ataque ocorreu nas proximidades da unidade prisional e resultou em ferimentos graves a um motorista terceirizado. O ex-diretor não estava no veículo no momento do ataque e não sofreu ferimentos.

Fuga de Detentos Revela Falhas na Segurança

A fuga de 16 detentos, que levou à intervenção na unidade, ocorreu quando a então diretora Joneuma Silva Neres deixou o cargo. Ela é investigada por supostamente facilitar a ação dos internos e ter ligações com facções criminosas. Joneuma foi a primeira mulher a dirigir o Conjunto Penal de Eunápolis, mas sua gestão revelou um cenário de corrupção e controle do crime organizado.

Prisão de Suspeitos Relacionados ao Atentado

Em 4 de agosto, a polícia prendeu Romildo Ramos de Moraes, suspeito de envolvimento no atentado. Ele já havia sido vinculado à fuga dos 16 detentos e tinha uma extensa ficha criminal. Durante a operação em Pindorama, em Porto Seguro, outros mandados de prisão foram cumpridos.

Detalhes do Ataque e Ações Policiais

O atentado ao motorista do Conjunto Penal ocorreu no final da tarde de 20 de maio, quando ele foi surpreendido por homens armados enquanto dirigia na Avenida Alcides Lacerda. Apesar dos ferimentos, conseguiu dirigir até ser socorrido. A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que o motorista era funcionário da empresa responsável pela cogestão do presídio.
Após o ataque, cerca de 100 policiais de forças estaduais e federais foram mobilizados para localizar os autores. A investigação revelou que o crime foi coordenado por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadá”, líder da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE).

Conexões Criminosas e Confissões Durante Interrogatório

Os interrogatórios revelaram contradições. José Rubens Alves de Assis Filho, conhecido como “Rubão”, negou envolvimento, mas sua namorada confessou a participação na emboscada. Ambos foram autuados por tentativa de homicídio.

Contexto da Fuga dos Detentos

Na noite de 12 de dezembro de 2024, a fuga em massa foi facilitada pela invasão do presídio por homens armados, resultando em um tiroteio com os guardas. Depois deste incidente, a Seap determinou uma intervenção de 30 dias na unidade, que já estava sob investigação por ligações com o crime organizado.

Identidade dos Fugitivos

A lista dos 16 fugitivos, confirmada pela Seap, inclui líderes de facções criminosas e indivíduos com antecedentes criminais significativos. O caso destaca as falhas de segurança e a necessidade urgente de reformas no sistema penitenciário da Bahia.
Essa série de eventos revela um panorama preocupante da segurança pública e do sistema prisional no estado, evidenciando a urgência de medidas eficazes para conter a violência e o crime organizado.